“Notas do subsolo” é um marco no grandioso conjunto de obras que
Dostoiévski legou à humanidade. Dotado de um humor mordaz, provocativo e
desafiador, este livro introduz as ideias de moral e política que o
escritor mais tarde abordaria nas obras-primas “Crime e castigo” e “Os
irmãos Karamazóv”. Sua ideia de “homem subterrâneo” legou à ficção
europeia moderna um dos seus principais arquétipos, encontrado também em
Kafka, Hesse, Camus e Sartre: o anti-herói morbidamente obcecado com a
sua própria impotência de lidar com a realidade que o cerca. Esta obra,
publicada inicialmente na revista Epokha, editada por Dostoiévski e por
seu irmão Mikhail, traz em si várias discussões filosóficas. Dividida em
duas partes, é um autoflagelante monólogo no qual o narrador, um
rebelde contrário ao materialismo e ao conformismo, discute sua visão
negativa do mundo e aborda as principais questões do seu tempo,
constituindo uma narrativa de uma intensidade incomum. Tradução do russo
de Maria Aparecida Botelho Pereira Soares.
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